quarta-feira, 10 de julho de 2013

Amelie

Untitled

Amelie era uma garota sombriamente amarga. Seus sonhos eram apunhalados assim que começavam a surgir. Sua voz era duramente sufocada por seus gritos abafados. Sua vida era sempre uma calmaria angustiante. Um amor sonoro, sórdido a ponto de parecer perfeito. Havia também uma personalidade reprimida em páginas amareladas. Eram apenas seus livros, companheiros insolentemente maravilhosos.
Sua vida era hipotética. Duvidosa a ponto de parecer sensata. Não havia nada determinado, mera e doce ilusão. Havia dois garotos.  Eles causavam angustia e um clichê sôfrego. Por um lado, havia o comodismo despreocupado. Por outro, o medo avassalador e a emoção acompanhada. Amelie não fazia nada, o meio termo a tornava fraca. Inutilidade.

E mais uma vez ela apunhalou seus sonhos, sufocou sua voz com seus próprios gritos e duplicou a dose de amargura em seu coração. O amor se tornou duplamente sonoro, quase um eco audível apenas aos seus ouvidos. O medo, a emoção, o clichê sofregamente rotulado permaneceu em sua vida. E Amelie continuava deixando o meio termo torna-la fraca. 

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